“Quando o céu se cobre com o seu manto”, por Diana Ribeiro (11.ºA)

Todos amam dias ensolarados,
Tardes de verão, pores do sol dourados,
Frutas frescas, mergulhos no mar,
Piqueniques no parque, brisa de sal no ar.

Há quem ame os dias chuvosos,
Botas, casacos compridos e volumosos,
Cafés a fumegar, fogueiras quase apagadas,
Sonhos pesados, ruas vazias e caladas.

Também os dias ventosos têm amantes.
Mãos firmes a segurar chapéus errantes,
Árvores vergadas, folhas a voar por todos os lados,
Sopros de liberdade, cabelos emaranhados.

Mas, e os dias cinzentos? Quem os haveria de querer?
Dizem que não têm nada de belo, que fazem sofrer.
São dias sem cor, vida, graça ou encanto,
Apenas nevoeiro, céu fechado e um leve quebranto.

Mas eu os vejo com outros olhares,
Gosto do magnetismo nos seus tons vulgares,
Da calma que espalham na cidade deserta,
Do mistério subtil que na alma desperta.

A sociedade só ama o que brilha,
O que grita, o que agita, o que maravilha,
Mas há poesia no que é simples e real,
No dia cinzento, sereno e imparcial.

Pois nem tudo precisa de luz para ser belo,
Nem todo o esplendor vem do raro ou singelo,
E quando o céu se cobre com o seu manto,
Eu sigo, calmamente, imersa no seu doce canto.

Fernando Belece

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