No amplo salão, de luzes ofuscantes,
Lustres dourados, estátuas deslumbrantes,
As paredes de mármore espalham a perfeição
E o piso de cristal convida à ilusão.
Os convidados entram, mascarados e radiantes,
Com disfarces perfeitos, sem falhas, sem dor,
Rostos imaculados, gestos fascinantes,
Tudo parece etéreo, um imenso esplendor.
Reluzem as máscaras, mas não sabem viver,
Trocam a essência pelo que se quer ver,
Lágrimas ocultas em rostos sorridentes,
Escondem a dor de almas ardentes.
As máscaras ocultam o desejo, o medo,
Calam os anseios que ninguém ousa despir!
Por trás do véu, o coração, em segredo,
Persegue a liberdade, mas teme o partir.
Mas no canto, sem pressa, com passos serenos,
Há aqueles que dançam com a luz da verdade!
Sem medo de revelar os seus próprios venenos,
Ou as virtudes, com a sua fragilidade.
E no fim, quando a noite cansada adormece e a máscara cai,
Só resta o que é real, o que é verdadeiro!
O brilho exterior, que tanto atrai,
Não supera o coração sincero e inteiro.
No baile de máscaras, a mentira encanta,
Mas é o ser genuíno que à paz se levanta,
E quando o som da música finalmente cessar,
Será a alma nua e pura a triunfar!