“𝗝á 𝗻ã𝗼 é 𝗽𝗿𝗲𝗰𝗶𝘀𝗼 𝗱𝗼𝗯𝗿𝗮𝗿 𝗼 𝗮𝘃𝗲𝗻𝘁𝗮𝗹”, 𝗽𝗼𝗿 𝗘𝗱𝘂𝗮𝗿𝗱𝗮 𝗚𝗼𝗺𝗲𝘀 (𝟭𝟭.º𝗕)

Já não é preciso dobrar o avental
para que me sirva.
Já não preciso de um banco
para chegar ao armário.

Muda tudo tão depressa…
Há pouco tempo usava meia-calça de gatinhos
e dois totós no cabelo.
Agora…

As roupas deixaram de ter desenhos,
os cadernos perderam os autocolantes,
e o mundo parece exigir passos maiores
do que os que eu quero dar.

Crescer é estranho,
mudar é esquisito.
Gostava que a vida fosse um círculo,
uma roda que me deixasse voltar ao início,
que os dias fossem longos,
as preocupações pequenas,
e o futuro não urgisse.

Mas sigo, mesmo sem totós,
mesmo sem meias de gatinhos,
porque, no fundo,
a criança em mim
ainda vive aos pulinhos.

Fernando Belece

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