“𝗘𝘀𝗽𝗶𝗿𝗮𝗹”, 𝗽𝗼𝗿 𝗠𝗮𝗿𝘁𝗮 𝗖𝗼𝘂𝘁𝗼 (𝟭𝟭.º𝗔)

Não sei onde começou, nem onde será o fim,
Nesta espiral que gira estou perdida,
A vida curva-se, num caminho torcido,
Entre a bênção e a maldição, qual será o meu destino?

Sentimentos comprimidos, sufocados em vão,
O meu sorriso perdeu-se, ficando sem cor e sem brilho.
Amar tornou-se um eco, um sussurro em vão,
No coração, apenas caos, um eterno refrão.

Problemas retornam, sempre o mesmo refrão,
Tudo se repete, como um círculo vicioso,
O Bem e o Mal confundem-se, na minha perceção,
No centro da espiral, só o caos disperso.

É um desabafo, um grito abafado,
Versos tortos, um espelho da minha alma,
Nesta espiral da vida estou enclausurada,
Procurando no meio deste caos um pouco de calma.

Mas a espiral não para, segue o seu rumo,
Gira e revira, sem jamais descansar,
Sou prisioneira deste movimento insensato,
E pergunto-me se algum dia vou encontrar o meu lugar.

A cada volta, uma nova angústia se revela,
Os dias misturam-se, uma mancha de dor,
A mente, em tumulto, procura uma janela
Para fugir do eterno desespero interior.

O tempo, um fluxo implacável e cruel,
Consome os meus sonhos, apaga as minhas esperanças.
A minha vida, presa nesta espiral infiel,
Perde-se entre as sombras e as lembranças.

O amor, um fantasma que não alcanço,
Desaparece na neblina do meu ser,
O riso, uma memória sem descanso,
Que a espiral insiste em esquecer.

O que resta de mim nesta dança sem fim?
Um fragmento de alma, perdido no tempo,
Cada giro da espiral leva uma parte de mim,
Deixando apenas um eco, um lamento.

As cores do mundo tornam-se cinzas,
O brilho dos meus olhos apagou-se,
Em cada curva da espiral, a minha vida mingua,
E a sombra do caos acaba por manchar tudo.

Os meus versos são tortos, um reflexo infiel,
Do coração que bate, mas já sem fervor.
Nesta espiral, sou uma náufraga cruel,
Em busca de uma saída para escapar desta dor.

Será que existe um fim para este giro constante?
Ou estou condenada a este ciclo eterno?
Nesta espiral da vida, sou apenas uma viajante,
Perdida entre o inferno e o céu moderno.

A cada passo que dou, um é em vão e noutro tropeço,
A cada volta retorno ao mesmo lugar,
Esta espiral é um labirinto sem começo,
Um caminho sem fim, um eterno vaguear.

No meio de todo este caos, tento encontrar um sentido,
Mas a espiral faz-se de surda aos meus apelos,
Sou prisioneira do destino rendido,
Vivendo entre tormentos e pesadelos.

A busca pela calma é uma luta desvairada,
Na espiral, só o caos é constante,
A minha alma grita, perdida e profana,
Num desespero silencioso e angustiante.

Mas a esperança, embora frágil, persiste,
Em algum canto do meu ser, ela mora,
E pergunto-me se algum dia, no meio de todo este caos,
Ela aparecerá e me guiará quando a espiral se for embora.

Até lá, sigo girando, sem norte,
Na espiral que define o meu caminho,
À espera que um dia, por sorte,
Eu encontre paz, amor e carinho.

Mas, por enquanto, sou uma poeta perdida
Num labirinto de caos e dor,
Com versos tortos, desabafos comovidos,
Na espiral da vida, sem cor…

Fernando Belece

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