Excertos da novela Amor de Perdição, selecionados por alguns alunos do 11.º B
𝗕𝗿𝘂𝗻𝗮 𝗣𝗶𝗻𝘁𝗼:
” Vales tu mais rapariga, que quantas fidalgas tem Viseu!
Pela mais pintada não dava eu a minha égua; e, se cá viesse o Miramolim de Marrocos pedir-me a filha, os diabos me levem se eu lha dava! Isto é que são mulheres, e o mais é uma história!”
𝗟𝘂í𝘀𝗮 𝗠𝗼𝗿𝗲𝗶𝗿𝗮:
“As palavras únicas de Teresa, em resposta àquela carta, significativa da turbação do infeliz, foram estas: “Morrerei, Simão, morrerei. Perdoa tu ao meu destino…. Perdi-te… Bem sabes que sorte eu queria dar-te… e morro, porque não posso, nem poderei jamais resgatar-te. Se podes, vive; não te peço que morras, Simão; quero que vivas para me chorares. Consolar-te-á o meu espírito…. Estou tranquila…. Vejo a aurora da paz… Adeus até ao Céu, Simão.”
𝗥𝗶𝘁𝗮 𝗔𝗿𝗮ú𝗷𝗼:
“Orgulho ou insaciabilidade do coração humano, seja o que for, no amor que nos dão é que nós graduamos o que valemos em nossa consciência.” (Cap. VIII)
𝗠𝗮𝗿𝗶𝗮 𝗠𝗼𝘁𝗮:
“O amor, quando entra no coração, como entrara no de Simão, alaga tudo. É um incêndio que devora; é um sopro de Deus que alenta e vivifica, ou fulmina e mata.”
“Eu sou tua, Simão! Tua na terra, tua no céu, se Deus nos não separa!”
𝗦𝗼𝗿𝗮𝗶𝗮 𝗔𝘇𝗲𝘃𝗲𝗱𝗼:
“Que mal fariam a Deus os nossos inocentes desejos?”
𝗠𝗮𝗿𝘁𝗶𝗺 𝗦𝗼𝗮𝗿𝗲𝘀:
“Tenho ciúmes de todas as tuas horas. Hás de pensar com muita saudade no teu esposo do Céu, e nunca tirarás de mim os olhos da tua alma para veres ao pé de ti o miserável que nos matou a realidade de tantas esperanças formosas.
Tu verás esta carta quando eu estiver num outro mundo, esperando as orações das tuas lágrimas. As orações! Admiro-me desta faísca de fé que me alumia nas minhas trevas!… Tu deras-me com o amor a religião, Teresa. Ainda creio; não se apaga a luz que é tua; mas a providência divina desamparou-me.”
𝗠𝗮𝗿𝗶𝗮 𝗚𝗼𝗻ç𝗮𝗹𝘃𝗲𝘀:
“Amou, perdeu-se, e morreu amando.” (Introdução)
“Simão Botelho amava.” (Cap. II)
O corregedor acordara com o grande rebuliço que ia na casa, e perguntou à esposa, que ele supunha também desperta na câmara imediata, que bulha era aquela. Como ninguém lhe respondesse, sacudiu freneticamente a campainha, e berrou ao mesmo tempo, aterrado pela hipótese de incêndio em casa. Quando D. Rita acudiu, já ele estava enfiando os calções às avessas.
– Que estrondo é este? Quem é que grita? – exclamou Domingos Botelho.
– Quem grita mais é o senhor- respondeu D. Rita.” (Cap. XI)
“Proferida metade destas palavras, o cavaleiro afastou rapidamente as bandas do capote e desfechou um bacamarte no peito do ferrador. O ferido recuou exclamando:
– Mataram-me!… Mariana, não te vejo mais!…” (Cap. XVII)
– “E Teresa! – bradava ele, surgindo subitamente do seu espasmo. – E aquela infeliz menina que eu matei! Não hei de vê-la mais, nunca mais! Ninguém me levará ao degredo a notícia da sua morte! E quando eu a chamar para que me veja morrer digno dela, quem te dirá que eu morri, ó mártir?!” (Cap. XIX)