“𝗦𝗲𝗿á 𝗾𝘂𝗲 𝘀𝗼𝘂 𝘀𝘂𝗳𝗶𝗰𝗶𝗲𝗻𝘁𝗲?”, 𝗽𝗼𝗿 𝗩𝗮𝗻𝗲𝘀𝘀𝗮 𝗖𝗼𝘀𝘁𝗮 (𝟭𝟭.º𝗔)

Às vezes, sinto-me pequena
Como uma vela em vasto mar,
E, mesmo acesa, pareço tão amena,
Tão distante do que quero alcançar.

A vida pede, mas eu escorrego
Como água que escapa entre os dedos.
O peso da dúvida, a cada passo,
Faz-me questionar os meus próprios medos.

Não sou o bastante, ou assim parece,
No espelho, a imagem se desfaz.
Tento ser mais, mas o corpo enfraquece, adoece,
Perdido entre o que sou e o que me faz.

Olho para o céu, procuro estrelas,
Mas só vejo noite e escuridão a me rodear.
E dentro de mim, vozes paralelas
Sussurram que a dor não irá passar.

Ainda assim, sigo em frente, embora me falte
O ego da certeza que me acalma.
Talvez, na falta, seja onde se exalta
A força que se esconde na alma.

Porque ser suficiente não é o fim,
Mas o caminho de aprender a ser,
E aceitar que a vida, no seu confim,
Nos ensina a viver, mesmo sem pretender.

Fernando Belece

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